quarta-feira, 3 de março de 2010

Da cor do nada - Diário

Parte I

Dei às horas de cansaço minutos de silêncio. Sobrevivi à quietude apaziguadora de não ter nada por fazer e restei-me a descansar ali, olhando no silêncio da escuridão a luz que entrava pela janela. A consciência que me implicava a olhar as imagens mórbidas que se formavam na carpete do quarto, impeliam-me a ter medo de mim e a sobrevoar os cantos da minha imaginação. Gostava de observar em cada pormenor, num jeito quase mórbido, a forma estranha que se formava e comparar tais imagens a ventos fortes que na minha consciência assolavam, a recordações medíocres, a pensamentos estranhos. Quem sabe até, a taras desconcertantes. Percorridas as vielas do meu subterfúgio, é chegada a hora de pousar e de entregar o meu corpo aos pensamentos. Quem sabe até, dormir…

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