segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Alison, a ruiva


Era como um objecto de arte. Quando olhamos para um objecto de arte não olhamos para algo com a perspectiva semelhante de uma engomadeira a olhar para o seu ferro ou de um agricultor a olhar para uma enxada. Quando olhamos para um objecto de arte, a nossa imaginação floresce numa criatividade delirante e a nossa sensibilidade recorre à loucura para explicitar racionalmente um fenómeno peculiar de tal e eterna beleza.
Ela olhava para mim com o seu olhar cativante de um outro século e mantinha-se distante de todo o seu apanágio estético. Os seus olhos, cobertos sob uma mancha de rímel, uma linha que lhe destacava a fogosidade do olhar, enfeitiçaram-me o espírito. Se fosse só o espírito que ela despertara… Olhei para ela, mirei-a, desprezei-a com o olhar mas anseei-a com o sexo, e perguntam vocês porque é que tenho a mão afagada sob os pêlos dos meus genitais (ri-se)? Para ter a certeza de que existo, de que valo a pena existir para puder viver e desfrutar de momentos como estes…

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