
Num nevoeiro escondido que se colocou por cima do seu espírito e fez crescer em si uma sensação de perda daquilo que deixara, o menino contemplou a miragem que se situava do outro lado da janela e imaginava-se a viver perante e no meio daquela imagem. Imaginava-se a mais simples e a mais mera das folhas de um qualquer Outono… Imaginava que poderia voar, que poderia olhar o mundo sem o conhecer, e que não tivesse que pensar num futuro, já que o destino em queda estava previsto, como todas as outras folhas. Como uma erva que se contenta em estar debaixo do chão, que cresce até dar há luz, e quando há luz, ao invés de levar com o sol da manhã ou com o vento de tarde, é esmagada, levado pelo convencionalismo geracional. Como um ramo que envelhece e é obrigado a contemplar sempre o mesmo espaço, encontra-o, admira-o, contempla-o, sobrevive com ele e esquece-se tanto de o ver e de pensar que em tempos o admirava pela sua simplicidade. O olhar, perseguido pelo vazio, lastima-se de si próprio e pesa-se com o silêncio de então, um murmúrio de um nada qualquer, à espera que as lágrimas lhe mudem o sentido, o contemplem, o habitem…
quando e que abrimos a nossa editora? hoje ou amanha? :D
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